quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Quantas voltas a vida pode dar?

Como você costuma dizer para as pessoas que as ama?
Com um abraço ou um sorriso?
Comecei a fazer estágio no meu atual serviço dia 12 de dezembro de 2005. Depois do processo de seleção, menos uma preocupação na cabeça: Passei essa etapa. Mas não percebi, à primeira vista, que a grande batalha só estava começando. Sentei em frente ao computador que seria o meu por pouco tempo - até porque outra pessoa também já estava querendo usá-lo – ao lado da estagiária que sairia no fim do mês e estava nos treinando, e comecei a pensar no que poderia vir pela frente.

Ela dizia: Depois de atualizar a Home (Primeira página do site), você tem que ligar para todos os Centros de Oportunidades da região e verificar se houve alguma alteração nas vagas de estágio e emprego. “Bom dia. Aqui é Maryan do Rio Sul Net. A gente pode conferir as vagas?” E assim por diante. Era a atualização da Home, depois a atualização das vagas. _ Por volta das 10h30m... 11h, você tem que pedir para alguém para te passar a Chamada (Assuntos resumidos que serão transmitidos no RJTV 1ª Edição) e o tempo (A previsão do tempo para o dia), ela dizia. _ Agora vamos para a publicação: Você abre aqui, entra ali, preenche acolá .... mas não pode esquecer as Tags, heim (Atributos que fazem, no fim das contas, tudo ficar no devido lugar, quando a gente entra em um site e enxerga os assuntos com coerência).

De primeira, era muita informação. Fiquei meio perdida, mas tentava entender tudo para não ter que ficar perguntando a mesma coisa mil vezes. Escalas de plantão... com qual canal cada uma vai ficar??? Eram tantas perguntas que eu não sabia de onde vinham. E elas não saíam da minha boca, mas sim, da boca daquelas pessoas novas, que pareciam não querer muito papo, só ensinar logo para que aprendêssemos logo também. No momento exato em que está acontecendo, eu detesto pressão. Atualmente, sei entender a importância de ser pressionado. É uma oportunidade de aprender rápido e fazer bem porque, com o erro, vem a consequência dos comentários e advertências, ai não! Logo no início, não! Que vergonha! Não poderia ter errado isso. Como fui cobrada! Como me cobrei!

Nesse meio tempo de aprendizado e adaptação, conheci uma outra estagiária, muito séria, por sinal, que me ensinaria como era feito o “jornal” (adaptação das matérias que foram ao ar no RJTV 1ª edição para a linguagem de internet). _ Pode sentar, ela dizia. _ Tem que pegar a fita na qual é gravado o jornal e voltar até o início. Com o tempo, você vai perceber que não precisa voltar tudo, só até o início do jornal. Pegue as informações mais importantes. VOCÊ NÃO PODE COPIAR O TEXTO DO REPÓRTER. VOCÊ TEM QUE SELECIONAR O QUE É LEGAL A PESSOAS SABEREM E DESCARTAR O RESTO. Tome, pode fazer. Utilizando a linguagem popular, eu viajei. Mas... tudo bem. Eu sabia que conseguiria. Mesmo que não fosse de primeira. Depois de pegar as informações, voltamos para a mesa para poder escrever o texto que seria publicado. Eu confesso que morri de medo dela. Mas, depois pude perceber o quanto ela estava torcendo por mim. Aquela cara feia.... eu nunca vou esquecer que, por trás daquele rosto emburrado tinha um coração gigante de uma pessoa que não estava nem um pouco a fim de me sacanear.

Alguns dias de estágio e ela disse que acreditava no meu sucesso, mesmo que eu não tivesse entendendo nada no início. Parece engraçado, não? Após esse período de adaptação ao serviço, veio a adaptação às pessoas. Junto comigo entraram mais dois colegas que estudavam na mesma sala que a minha na faculdade. Como já os conhecia, só faltava me dar bem com a chefe... (...) Uma dica: Tentem nunca ficar nervosos sob pressão. Isso pode atrapalhar bastante. Então, ela nos coordenou até a mudança do “Portal Antigo” para o “Portal Novo”. Entrada de novos estagiários. Peraí???? Mas ... eles entrariam quando nós saíssemos..... Tudo mudou, e ninguém entendeu o porquê. Só quem “deveria” saber soube o que estava acontecendo. De quebra, tivemos a mudança na chefia. A supervisora seria outra pessoa, o que poderia mudar para melhor a situação.

E assim foi, por um tempo. Decorrente às atitudes de um membro do grupo, o andamento começou a ficar comprometido, afetando todos os outros componentes. Os benefícios, que já eram poucos, quem questão de horário, pioraram. Já não adiantava mais questionar, pois a resposta era sempre a mesma: Se tal pessoa não tivesse agido como agiu, tudo seria diferente. Saiu a escala do estágio na Produção do RJ. Como amostra da minha iniciativa, durante uma reunião com o Gerente e os outros dois colegas, falei que gostaria de começar. Mais que depressa, aconteceu o que já era de se esperar. Alguém disse que seria mais “legal”, se fizéssemos um sorteio (porque, claro que mais alguém ia querer o que eu tinha escolhido). Tudo bem, não me importei. De qualquer forma, Deus me abençoaria. Isso já era certo. E assim foi. Saí para trabalhar por último. Que beleza.

Uma garota muito inteligente me disse que “Os últimos seriam os primeiros e que, Deus é mais!” Ela estava certa. Foi tudo como deveria ser, e tudo PERFEITO. Eu comecei a trabalhar das 7h da manhã às 6h da tarde.
Primeira semana: Nocaute!
Segunda semana: Eu já conseguia ficar de pé até o segundo Hound.
Terceira semana: Posso pautar essa matéria? E esse vivo? Já está resolvido? O que a gente tem para amanhã? Já pode começar a resolver alguma coisa? Que batidão!

Do nada, as coisas começaram a se modificar. Tudo bem que, no quesito horário, não houve muita mudança, mas o clima já estava mais leve.

E veio o fim do ano, antes de terminar, a saudade já começou a apertar. Eu estou olhando para o rosto das pessoas e as vendo de uma forma diferente, como se fosse perdê-las a qualquer momento. O aprendizado está sendo inigualável! É perfeito trabalhar com Jornalismo! Se tiverem a oportunidade, não desistam diante das dificuldades. É um sentimento ímpar, quando se ama a profissão. Meus colegas de trabalho são muito gente boa! Contratempos sempre virão. O lance é saber administrar. Inda tenho alguns dias, mas já estou com o coração apertado.

Bem que eu poderia ficar, não é? Quem sabe. Só Deus sabe o que tem reservado para mim e sei que é o que há de mais valioso e perfeito. Sei que o texto ficou grande, mas só assim, para contar dois anos da minha vida profissional... Enquanto isso, vou trabalhando e dando o melhor de mim, aproveitando o máximo dos meus amigos, nesses últimos dias, vivendo.