sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Se de o direito

Naqueles dias em que a gente está meio baixo astral, cansado de tanto tentar fazer a coisa certa, voce (meu teclado näo tem circunflexo) pensa: ai, que saco... será que algum dia eu vou conseguir realizar tudo que eu realmente preciso na minha vida??? E o pessoal que te ajuda e insiste em dizer: Estou te ajudando, mas näo quero nada em troca. Se é para o seu crescimento, é o suficiente. (cometa alguma falha para ver...) Na verdade, se voce falha em alguma das tarefas, ninguém vai falar, mas cada olhar vai dizer: Eu esperava outra atitude ou outro resultado de voce! Deus oferece um modo de vida fácil de se lidar, mas a gente insiste em complicar. A sempre querer o mais difícil, o mais longe, o mais caro, o maior... Näo tem uma vez em que nos deitamos no fim do dia sem pensar: Ufa, ainda bem. Posso descansar. Mas, será que eu fiz tudo certinho hoje? Correu tudo bem? Precisamos, sim ,fazer uma avaliacäo pelo menos semanal do que tem acontecido em nossas vidas e o que podemos fazer para melhorar. MELHORAR: essa é a palavra-chave das pessoas que tem perspectiva de vida e querem crescimento, seja profissional, pessoal ou espiritual. E nessa caminhada, a cobranca que fazemos a nós mesmos é enorme. Só näo é maior do que a externa. Típicas frases: Voce precisa ser forte. Näo acredito que voce esta reclamando disso. Ah, näo acredito! Voce, que é reconhecido por sempre conseguir... Eles conseguiram isso, mas voce pode conseguir mais. Mas tem aquele dia em que a gente quer ficar na nossa, numa boa. Quando esse dia chegar, se de o direito de ficar numa boa (porque esse é seu direito). De se fazer de vítima (porque nem tudo, nem ninguém é perfeito). De falar: Nossa, to cansada (sem ter feito absolutamente NADA). De chorar e falar que näo foi nada, quando alguém te perguntar por que voce está triste e te fizer chorar ainda mais – essa é a frese-chave para quem já estava parando de chorar relembrar o que tinha acontecido de ruim e se esguelar incontrolavelmente – (porque tem dia em que a gente está assim). Se de o direito de nem sempre ser o melhor, ou de näo se matar para isso. Se de o direito de ser gordo e comer uma lata de Moca Fiesta sem culpa. Se de o direito de ser magro e parar com essa bobeira de ficar falando que quer engordar (tem tanta gente que sofre por querer um corpo pelo menos parecido com o seu). Se de o direito de se olhar no espelho e, mesmo quando nao der tempo de fazer o relachamento no cabelo que o pente já näo passa mais, falar: Deus, como o Senhor pode ter feito uma pessoa tao bonita? Mesmo que as pessoas falem que gente que faz muita coisa ao mesmo tempo, näo faz nada direito, faca! Assista a um bom filme passando a pilha de roupas que já está encostada há semanas, quando näo tiver ninguém para fazer isso por voce. Faca a batata frita pré-cozida no forno (saudável) e tome Coca-Cola enquanto voce estiver comendo (näo saudável). Cante, pelo menos ter vezes na semana uma música inteira, ao tomar banho. Peca um dia de folga (se o seu chefe for muito chato ... implore. Näo é humilhacäo). Mesmo que voce esteja com muita preguica nesse dia, ande um pouco de bicicleta onde tiver mais natureza na sua cidade. Se voce näo sabe andar de bicicleta, caminhe 20 minutos que seja. Näo tenha medo de mudancas. Elas vem e, quanto mais flexível voce for, melhor. Se de o direito de näo ser escravo da sociedade de massa: quando voce näo tiver dinheiro para comprar aquela roupa que todos achariam o máximo, vista aquela que é repetida, mas que voce se sentiu super-chique na última vez em que a usou). A gente tem tudo para ser feliz. Se de o direito de receber essa dádiva e de näo deixar passar. Talvez nada mude na sua rotina. Talvez ninguém mude o comportamento que tanto te incomoda. Mas se dar o direito de ter um pouquinho mais de tempo para näo se preocupar já é um bom comeco.

Maryan D'Ávila

quarta-feira, 30 de julho de 2008

germanistik - germanistica, estudo da lingua e literatura alemä, filologia germanica.

Liebe Freunde der Germanistik in Viseu,auf die Frage "wozu Deutsch lernen?" antworte ich lieber mit eineranderen Frage, nämlich "why not?"Im beiliegenden Text finden Sie einige Ideen, meine Perspektive überdas Thema. Sehr gerne wüsste ich, wie Sie dazu stehen und nochlieber hätte ich Ihre Kommentare, Ihr Widersprechen, Einwand oderZustimmung. Vor allem würde ich mich über eine Diskussion zu diesemThema, das uns allen angeht, sehr freuen.


Alemão: why not?
Em época de crise, ecoam os lamentos sobre o que está mal. E todosparecem ávidos de juntar à extensa lista de problemas mais umapincelada de negro, quem sabe se na desorientação de não encontraruma saída, ou no prazer mórbido de cultivar a desgraça. Pois bem, éo momento de inverter a tendência e começar a tratar o problema pelolado positivo. Porque este existe.Há sempre uma razão. Neste caso, há até várias.Mas identifique-se a crise primeiro. Há cada vez menos alunos nosistema de ensino português a aprender alemão. Primeiro, porque háestatisticamente menos alunos no sistema, no seu conjunto. Depois,os planos curriculares limitam as oportunidades às línguasestrangeiras, colocando-as a par de outras disciplinas num painel deopções. Além disso, as outras línguas estrangeiras que se aprendemdepois do inglês enfrentam os mesmos condicionalismos, o que fazaumentar a concorrência, sem que esta se traduza sempre nacompetitividade saudável por uma oferta mais qualitativa. E por fima desorientação dos agentes de alemão como língua estrangeira nãoajuda a convencer o público alvo, os alunos, de que vale a penaaprender alemão. É imperativo salvaguardar a aprendizagem do alemãoem Portugal. Mas a que preço? E como? Pois bem, antes de mais énecessário tornar claro porque é que a opção pelo alemão é umaaposta certa hoje. E para isso, reúnam-se argumentos (Alemão: Whynot?), contra-argumentos, factos e propostas.1º O alemão é a língua mais falada da Europa e a segunda maisaprendida, depois do Inglês. Se este ainda não é uma argumentoimediato para aprender esta língua, pensar sobre as implicaçõesdeste facto, pode ser. A Alemanha é o centro económico europeu porexcelência e o maior exportador de turistas para os outros países daUnião.2º Não chega saber inglês? Não! Saber inglês é condição essencial.Saber alemão é uma mais valia. Dentro de uma a duas décadas, todosos cidadãos nacionais saberão falar inglês. Esta é uma apostadecisiva do actual governo constitucional, cujo plano tecnológicoassume o inglês como prioridade desde os primeiros anos do ensinoobrigatório. Mas há muito que os cidadãos se aperceberam que sem oinglês as suas oportunidades ficam comprometidamente reduzidas.Assim sendo, tornando-se o inglês um elemento básico dealfabetização, a mais valia de cada um estará na mestria de outraslínguas, para além desta.3º A Europa há muito que se apercebeu disto e definiu como meta paraos seus cidadãos a competência em pelo menos duas línguasestrangeiras para além da língua materna. De resto, esta é umatradição do continente, em que cerca de metade dos cidadãos sãobilingues, devido à história e à configuração dos países onde vivem.Mas a pergunta mantém-se: porquê o alemão? A questão de quais aslínguas a aprender tem uma resposta diferente nos vários países daEuropa. No caso português, os alunos que hoje aprendam alemão naescola aumentam consideravelmente as suas oportunidades no futuro. AAlemanha continua a ser o maior investidor no país, gerandonecessidades no sector da economia: competência em alemão denegócios para fazer face ao dia-a-dia da comunicação nas empresas,tradução de documentos, representação em feiras internacionais, sãoapenas alguns exemplos. No sector do turismo, Portugal necessita deapostar na qualidade, se quiser competir com outros destinos de sol,mar e cultura na Europa. A simpatia do acolhimento na língua de quemnos visita é um sinal de qualidade. Assim como a oferta de umprograma cultural baseado num conhecimento sólido da história e dasartes. Este é o turismo do futuro, procurado por um públicoexigente. Grande parte deste público fala alemão. Ora, em nenhumdestes casos (economia e turismo) o alemão é a componente central deestudos. Nem deve sê-lo, porque isoladamente é insuficiente. Maspode e deve ser uma competência adicional.4º Os alunos que hoje aprendam alemão na escola não recearão nofuturo o desafio de estudar numa universidade alemã. Na Alemanhadiscute-se hoje o perfil da universidade de elite, centrada naqualidade e no avanço científico. É certo que neste perfil seenquadra um ensino ministrado em inglês, para que possa apelar apessoas qualificadas de todo o mundo, e concorrer assim comuniversidades norte-americanas. Assim sendo, o aluno português quemais tarde deseje estudar numa destas universidades de elite, temsobretudo de saber inglês. Mas também é verdade que terá de fazer oseu dia-a-dia na língua do país, se quiser participar activamente narealidade da nação que os acolhe.5º Para além destes factores imediatos, há outros menos pragmáticos,mas igualmente relevantes para aprender alemão. Uma partesignificativa dos grandes pensadores e humanistas ocidentaisdesenvolveram os seus pensamentos em alemão. O mercado livreiroalemão é um dos mais importantes no mundo: quase 20% dos livroseditados em todo o mundo são em língua alemã. A segunda língua maisusada na Internet é o Alemão: pense-se só como saber esta línguapode ajudar a ganhar informação em sites internacionais.6º E o papel dos pais? É sem dúvida fundamental. A geração dos paisdos alunos de hoje cresceu num sistema educativo que espelhava ainfluência do francês na vida cultural do país. A realidade é hojemuito diferente e sobretudo mudou muito depressa, numa dinâmica queacompanha os tempos. Se é certo que há educadores a quem causaincómodo que os filhos aprendam o que eles não sabem, os pais nãodevem sentir-se ameaçados por este conhecimento. Ele não põe emcausa o seu papel de agentes educativos privilegiados na vida dosseus filhos. Hesitar em motivá-los ou mesmo deixá-los aprender umalíngua, porque a ela associam preconceitos infundados, é roubar aosseus filhos oportunidades pessoais e profissionais no futuro.7º Não se aplicarão muitas destas questões igualmente ao espanhol,língua que tem vindo a crescer no sistema educativo português? Semdúvida. No domínio da economia e do turismo, os números doinvestimento espanhol aproximam-se. E também é verdade que cada vezmais alunos procuram a Espanha como destino para os seus estudos. Noentanto, pensemos no esforço de aprendizagem das duas línguas.Aprender uma língua estrangeira com a qual a nossa tem poucafamiliaridade exige mais tempo, pelo que esta aprendizagem devecomeçar mais cedo. Aprender alemão desde o sétimo ano deescolaridade seria uma opção acertada. E não impeditiva daaprendizagem de outra língua mais tarde, o que vai de encontro àdiversidade linguística e à aprendizagem ao longo da vida,estandartes da União.8º Mas o alemão é difícil, as notas dos alunos baixam. Aqui osprofessores têm um papel decisivo. Os bons professores sabem que nãoé assim, porque gostam da matéria que ensinam e aprenderam-na comsucesso. O que impede os alunos de obter o mesmo sucesso? Osprofessores devem combater este preconceito com novos métodos,matérias relevantes, um ensino construído à volta do que o aluno vaiaprendendo, convencendo-o do que ele já sabe e não da gramática queainda não recita de cor! Quanto às notas, se a abordagem for esta,elas sobem. E se não chegarem ao 20, é hora dos alunos, pais eprofessores se questionarem do que é mais importante: um número numapauta, quantas vezes pouco reveladora das verdadeiras capacidades,ou o alargamento do horizonte de oportunidades futuras dos jovens dehoje?Sou uma aprendente entusiasta do alemão desde a primeira hora eaprendi esta língua no sistema de ensino português. O mesmo a queninguém poupa críticas, lamentos intermináveis em épocas de crisecomo a que vivemos. Hoje, ensino alemão e investigo esta língua coma absoluta convicção de que vale a pena. E acima de tudo, certa dasrazões que para mim são válidas para aprender e saber esta língua. Éesta mesma certeza que gostaria de ouvir de outros, numacorroboração ou ataque às ideias que aqui ficam. A crise que oalemão vive hoje em Portugal precisa de uma discussão pública eparticipada, em que todos falem, oiçam e pensem. A solução para alíngua alemã só se encontrará quando os que a ensinam e os que aaprendem puderem dizer com a mesma naturalidade: Alemão, why not?

Ana Margarida Abrantes

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Outro Universo

Tantos meses ficaram para trás e fazia tempo que näo passava por aqui, para tentar manter as coisas atualizadas. Já estamos em Maio!! Isso mesmo. Em outro país, em outro ritmo de vida, tentando, como sempre, encontrar e garantir um lugar ao sol, com perseveranca (nesse teclado näo tem cedilha, nem til, nem acento circunflexo ... uma série de outros atributos funcionais e necessários que o bom e velho texto em protugues precisa). Mas, de onde vem esse teclado que, no lugar das coisas imprescindíveis, estäo “ß”, “ö”, “ä”,”ü”????
Esses säo os famosos Umlauts, importantes letras para se escrever corretamente na ALEMANHA. A vida näo é fácil fora do país onde nascemos e sempre moramos. Mas, algumas coisas precisam mudar, senäo, näo há crescimento. Outros ares, outras pessoas, outros idiomas (porque, até aprender Alemäo, sem ingles näo dá para sobreviver!), outros costumes, outra vida. Quem diria que a menina que sempre esteve na barra da saia da mäe, como costumamos dizer no Brasil, pegaria o trem errado - para Geilenkirchen, ao invés de Alsdorf/Annapark (näo tem nada a ver um lugar com o outro) – e conseguiria voltar para casa sozinha, depois de conversar com uma mulher que, só para acabar de ajudar, näo sabia falar ingles. Ela até me perguntou se eu sabia Fraces, mas a resposta, eu acho que voces já sabem.... Mais um idioma que preciso a prender. Gracas a Deus, já posso dizer que sou uma vitoriosa, porque consegui falar com ela em Alemäo, mesmo só tendo um mes de “casa”. But, it wasn´t my fault. O meu trem mudou de plataforma, depois de um atraso de 10 minutos. _ Os veículos nunca se atrasam na Alemanha. Por isso, voce precisa ser pontual sempre _ foi uma das primeiras coisas que ouvi, quando cheguei aqui. Avisaram que, no lugar de costume, sairia um trem para Heerlen (näo sei onde é) e que todas as pessoas precisariam mudar de plataforma. É claro que näo entendi nada. Entäo, tive que perguntar e uma pessoa me falou que eu poderia pegar o tal trem, que estava indo para onde eu näo queria ir. Esse foi apenas um dos dias de maluquice, em um lugar ainda praticamente desconhecido para mim. Mas, estou conseguindo me virar.
Os bons amigos fazem falta nessa hora e em todas as outras, para podermos contar “os micos” e morrer de rir, como sempre fazemos. Por enquanto, ninguém entende minhas piadas e eu, a de ninguém. Mas essa etapa já está quase passando. Mais uns dois meses e estarei quase em ponto de bala! Existe uma música do Pato Fu que tem tudo a ver com esse meu período de descobrimento: Quase.
Bem, é hora de dormir. Aqui säo 00:23. No Brasil, 19:23. Para quem está chegando do trabalho, bom descanso. Para quem ainda está trabalhando, bom fim de labuta. Para quem está no mesmo barco que eu, boa sorte.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Mais uma etapa

Já passamos o mês de janeiro. Consegui, com vida, terminar meu estágio na TV. Foi o máximo. Pensei que não conseguisse me despedir dos meus amigos de tanta saudade, antes mesmo do encerramento. Pessoas inesquecíveis ... são essas que estiveram nesse período me apoiando, me orientando. É claro que existem aqueles que querem atrapalhar o "esquema"(sempre tem um, ne??) Mas essas só tentaram. ahahahahahaha Os que me deram força são tão imbatíveis que qualquer um é capaz de tremer diante dessas verdadeiras amizades!!!!
Sou mais forte agora, pois tenho amigos, alguns irmãos, como esses me acompanhando!!!!!
Bjeijos a todos!